O sacrilégio que é tratada.
A forma que é consumida.
Pensa comigo, JUNTO MESMO!
Pensa por um instante na CULTURA Brasileira.
Vou te dar um minuto pra pensar nessa situação...
Tá! Agora irmão ou irmã, imagina:
CULTURA ELETRÔNICA brasileira. OK?
Desde o EDM até o techno mais reto, do low ao drum n' bass, Rn'B ao trap ou dubstep.
Me lembro de baladas na antiga, que eram habitadas por todos segmentos de pessoas, todos se encontravam na pista. Era um campo neutro, local de coexistência harmônica.
Independente:
Da sua situação sócio econômica, social, civil, cultura ou política;
Do seu credo, religião, crença, fé, seita, culto, doutrina, dogma;
Raça, cor, etnia, linhagem, sangue, geração, casta, espécie;
Governo, organização, ONG, fundação, direção, administração, regime;
Opinião política, esportiva, administrativa, financeira, brasileira;
Sexo, sexualidade, preferência, orientação, ou influência de ordem bio-psico-socio-cultural;
Língua, idioma, dialeto, código, sinais, símbolo, vocabulário, linguagem, gíria; Nacionalidade, nação, origem, naturalidade, procedência, local de nascimento, pátria, terra natal;
Principalmente "dresscode".
UFA!
Pelo simples fato de serem pessoas, serem humanos, gostando de boa música, na mesma pista e diversão, eram aceitos e se aceitavam em plena coexistência, harmonia pura.
Como em um zoológico, uma grande exposição de variedades de animais. Por ser animal tu é passível a estar na exposição do mesmo. logo mais tentarei justificar essa analogia.
Em quatro lugares vivenciei ou senti essa sinergia. No Fim de Século, na Disconexo, na Latex e A Cabana (particularmente ou pessoalmente, não posso falar pelos outros e suas vivências), festas que acontecem ou aconteceram no Rio Grande do Sul e cidade de Porto Alegre.
Hoje em dia! Tudo está totalmente segmentado, dividido, repartido, parcelado, desfragmentado. Desde as linhas sonoras e suas pistas, até o público.
Pessoas que gostam de sertanejo, por exemplo, tem a balada só pra elas. Pagode e samba, etc...
A cultura eletrônica também se segmentou, por exemplo de extremos, Green Valley e Warung, claro existem variantes e outros lugares, mas nesses consigo mostrar as diferenças de ideologias musicais também, além da excelência no que fazem. Fora as labels, weekends, festas sazonais, sunsets, festivais por todo Brasil.
Enfim, hoje os zoológicos, são só de uma espécie de animal, sendo que tem zoológicos de muitas espécies, mas não misturados. Espero ter justificado
Os bons profissionais, talentosos e sérios, do segmento eletrônico que for, se bem desenvolvido e arquitetado, 99% a chance de sempre estarem bem, com seu giro natural no mercado. Mesmo que existam as velhas panelas e sinônimos em suas cenas.
Podemos criar milhares de leis, regras ou comportamentos.
Nunca vão superar, Talento, qualidade e o empreendedorismo.
Todo artista sério e profissional, tem um em pleno vapor.
Se os dois ou três, fica rico ou requisitado quase sempre, fora raras exceções, aquele 1%, independente da situação que se encontra sua cena de CULTURA ELETRÔNICA.
Mas existem uma grande parte de pessoas que se dizem profissionais que estão apenas como vampiros e sugadores do sistema. Muitas vezes pessoas sem o mínimo de habilidade na discotecagem, ou busca de sonoridade fina, elegante, refinada, requintada, sofisticada, romena kkk ou usurpadores de ghost producers(produtores fantasma, criam suas músicas desde a raíz, mas quem assina como produtor é o usurpador).
Alguns outros muito entendidos também, mas mesmo assim não ajudam em nada para agregar em suas cenas e locais. Afinal vampiro ou sugador tem em todos segmentos de trabalho, sendo eles muito ruins ou ótimos no que fazem. Mas por causa dessa gula, não atravessam os paradigmas e ainda atrasam os que não estão só por si mesmos, mas pela cultura e a música também.
Agora estamos fadados a clubs e baladas que não estão mais tão focadas neste segmento. Afinal a balada se segmentou e os festivais também.
Sim existem festivais, labels partys, eventos pontuais, sensacionais! Elaborados por brasileiros, focados, para esse mercado ter sua continuidade sadia.
Mas...
Ficar fazendo festa com valor de entrada ou couvert (seja o valor que for), requisitando do PROFISSIONAL que mostre seu trabalho de GRAÇA, no AMOR ou de BOA VONTADE, não agrega em nada. Enquanto pagam cachês exorbitantes para gringos e grandes nomes de fora da sua região(seja o estado que for, país vizinho, etc...), não eleva os profissionais sérios da sua cidade ou estado.
Uma grande empresa, com um grande festival, te pagar uma mixaria pra tocar no imenso e midiático universo planetário deles e só depois de uns 9 meses te pagar, como se a grana precisasse de um estado de embrionário até o nascimento, nossa! MUITO ERRADO também. Mas não dito regras, então só posso fazer estas constatações.
Além de ter que usar muita coisa de fora, exportar demais, por não ter a matéria prima. Claro! Todo evento precisa de seu artista principal. Mas com tanto artista bom e que domina uma pista na hora principal morando no mesmo prédio que o teu. Qual a necessidade de girar mais quem está de fora do prédio do que dentro. Fora que gastaria muito menos com a logística. (ENTENDEU MINHA ANALOGIA, NÉ? ufa!)
Exemplo:
PS. Não quero aqui tirar o mérito dos gringos ou grandes nomes da CULTURA e CENA ELETRÔNICA NACIONAL. Apenas quero desbanalizar os regionais ou citadinos.
Gringo 15 mil reais, atrações nacionais entre 5 e 3 mil reais, fora as logísticas de ambos.
Daí! Por conhecer os locais, se sentir no poder de pedir a BOA VONTADE do parceiro, já que ele sabe que está investindo na cena local. Acho sacanagem.
Pagar cachês irrisórios também.
Todos merecem respeito e dignidade.
E pior! Falar pra alguém que estará mostrando seu nome no flyer, a divulgação vai pra muitos lugares e vai alavancar a carreira dele, e assim, fazendo seu nome! Chega a ser uma piada contada pro cara rir, esperando que o humorista, após, acate o valor que o bom profissional LOCAL lhe repassou sem tentar barganhar tanto, afinal os gringos e grandes nomes deviam passar por isso um pouco mais. Ainda mais se este empresário ou empreendedor da música eletrônica fala que está investindo na CENA LOCAL. Nada mais justo que direcionar um pouco mais dessas divisas ou parte monetária aos locais também. Não?
POR QUÊ?
Porque os seus locais, produtores ou DJ (ou ambos) PROFISSIONAIS, TALENTOSOS, com sets de QUALIDADE E SÉRIOS, pesquisam tanto ou mais muitas vezes, procuram, ouvem e descobrem sons alucinantes igual a todos muito bons de fora. Hoje produzem tracks ou músicas do mesmo nível ou melhores, não devendo pra nenhum gringo ou nacional.
Porque precisam ser bem remunerados! Precisam comprar novos equipamentos, criar seus home studios a altura dos de fora, pelo menos os nacionais. Para poder girar suas novas tracks em alta qualidade e com todos requisitos e requintes de bom gosto (para o seu gênero).
Porque precisam usar uma parte dessa grana para os merchans, marketings e propagandas que vão fazer eles também não serem locais em algumas baladas. Fora Sites, face, instagram, twitter, snap, soundcloud, etc... que ocupam seu tempo, caso não pague alguém para fazer sua parte online funcionar, enquanto se dedica ao que interessa, que é a música.
Porque eles precisam investir em suas carreiras com novas fotos, catálogos, releases que custam caro, os bem feitos e inovadores.
Porque... cansei, senão vira um porque só esse meu texto.
Imagino um ministério da " educação ", todo ano se juntar, planejar e montar o cenário que vai ser apresentado a cada ano, repassar a forma mais adequada de educação.
Tentar Tornar possível a possibilidade para que o nato também se qualifique e se exporte. Pois só ouvir importação por melhor que venha, já não é tão "underworld" assim. Sinto os locais não deixando nada a desejar. Só para enfatizar, os profissionais sérios, talentosos, com bom gosto e discernimento. Criando esse ministério, uma forma para que o regional também exerça, de forma justa seu trabalho.
Uns vão chamar de bairrista, regionalista ou localismo outros de justo.
MOMENTO UTOPIA
Caso isso aconteça, todo ano todos envolvidos na melhora e qualidade desta distinta cena, sentariam-se de frente ao menos uma vez e falariam de negócios. NADA PESSOAL. Apenas business e deixar claro como vai agir nas suas datas e tu nas tuas.
Nesse ponto podemos ver hoje ai no RS (mas vale pra qualquer estado), de repente umas 9 a 10 pessoas que precisam coordenar isso em conjunto. Estas juntas, já com o ideal bem programado tanto para sua parte sair satisfeita, quanto pra de outrém.
Assim sem monopólio, alguém querendo ser o mais "pica das galáxias", pois todos sabem quem é quem. Determinando assim, simplesmente, que essa não precisa ser a preocupação, e sim preocupar-se com a CULTURA, apenas. apenasmente
Todos ganhariam entenderiam juntos o que falta, e educariam.
Ganhariam a mesma grana e uma CULTURA SE FORTALECERIA.
E os vírus, as bactérias que só adoecem essa cultura seriam extintas, assim como o pior de todos, os cânceres sendo erradicados, dando saúde musical cultural para essa educação.
Mesmo assim entre artistas, todos querem mostrar que são o MELHOR.
Na verdade, meio impossível de medir o melhor, pois cada um pinta do seu jeito.
Michael Jackson, AC/DC, Carl Cox, Frank Knuckles, Marco Carola, Hernan Cattaneo, Sven Vath, Moby, Altern8, Derrick May, Carl Craig, Jeff Mills, Richie Hawtin, Magda, Luciano, Dubfire, Ben Klock, Loco Dice, Sasha, Oliver Huntemann, Nic Fanciulli, Nina Kraviz, Stefano Noferini, Marc Houle, Miss Kittin, Above & Beyond, Dnox, Maya Jane Coles, Apollonia, Nicole Moudaber, John Talabot, Ben Klock, Maceo Plex, Matador, Hot Since 82, Fat Boy Slim, Fundo de Quintal, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Legião Urbana, Marisa Monte, Ray Charles, Sublime, Jack Johnson, Elvis, Metallica, Red Hot, Nirvana, Jamiroquai, etc… Cada artista, projeto ou banda, carrega e mostra o seu valor, mas todos tem seu tamanho. Sim tem brasileiros da cena eletrônica, Fabrício Peçanha, Mau Mau, Gui Boratto, Ingrid, Marky, Patife, Sonic Future, por exemplo.
Ficariam mais fácil de conversar até com quem não gosta do teu trabalho, mas mesmo assim, gostaria de resolver contigo qual seria o futuro da SUA CENA CULTURAL.
Se caso, todos os envolvidos, se programassem não só pra churrascos de parceiros, mas uma vez por ano, pra começar. Entendessem o tamanho disso. Não iriam estar discutindo quem é o maior, E sim, com todo esse espaço estariam se encaixando no seu. Deixando livre o caminho e espaço que cabem os outros. Começaríamos juntos a nos preocupar com o que é relevante.
Melhorar os nossos festivais, nossos clubs, nossos lines, quem realmente toca, tocar. Quem realmente produz ter seu espaço. Mas como são segmentos, este segmento de CULTURA, ainda deve muito, para se educar de fato.
A culpa vai cair em quem está fazendo, e que não faz pelos outros. Mas mesmo assim, está fazendo por ele, e a dele muito bem. Ou nem tanto algumas vezes, mas está fazendo algo, mesmo, muitas vezes no começo sem orientação que poderia ajudar nesse start ou direção que seguir na carreira ou label.
Nosso amor pelo nosso estilo ou gosto, não pode ser maior do que a CULTURA GERAL, muito menos com o que qualquer um gostaria de fazer com sua vida.
Mas se esses indivíduos são capazes de se unir em um lugar no mesmo dia e reprogramar a educação, o ministério da cultura seria o próximo passo.
Está mais do que na hora de se juntar para arrumar essa bagunça. Mas dar um abraço, apertar a mão hoje em dia, fazer acordos de cavalheiros e cumprir, é muito mais difícil do que pedir pra galera levantar a mão, comprar as bebidas, subir na mesa, tocar as top 10.
Aquele sentimento que aperta.
Por mais que se escreva ou fale aqui, qualquer rede social, grupo de whatsapp, roda de amigos, churras de colegas, por mais que saia para protestar sobre isso.
Tudo que escrevi acima. É um grande sonho.
Na realidade a maior UTOPIA. Ou. Paradigma.
Será que alguma geração vai quebrar e mudar tais parâmetros.
Mas nesse momento, é UTOPIA.
Como diria o DJ Mause: Que momento!
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